... que o tempo não estica nem volta atrás, os bons momentos não se voltam a repetir e que tudo tem um fim. Desejamos ter feito mais, desejamos não ter feito tanto, desejamos ter conduzido as coisas de uma outra forma. Queremos voltar a repetir tudo, tecer as conversas e as ocasiões ao nosso critério. Imploramos por uma oportunidade para fazermos aquilo que não fomos capazes de fazer antes. Mas ela não surge. Talvez nunca volte a surgir, mas nunca deixamos que a esperança morra. Sonhamos com o momento em que nos será proporcionada a tão desejada oportunidade. Por outro lado tomamos consciência que o limite está cada vez mais perto e não podemos parar no tempo. Pedimos liberdade, desenterramos forças, acalmamos a vontade. A ansiedade aumenta, mas não somos capazes. Chegou ao fim, a hora de dizer adeus. Não dizemos. No fundo pensamos que nunca será preciso dizê-lo. Sonhamos com a eternidade. Mas a verdade é que o fogo vai-se apagando, a vela começa a escassear e não fomos capazes de dizer adeus. Ficam as recordações, os sonhos, e o arrependimento. Afinal podíamos ter feito mais. Mas uma coisa que fica sempre é a alegria de termos feito tanto, não foi o suficiente, mas foi mais do que julgavámos ser capazes de fazer.
(in, Minhocas na Maçã)
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